Todo dia primeiro de dezembro Sérgio faz tudo sempre igual. Ele sai de sua casa, em Sorocaba, debaixo de uma roupa de Papai Noel e dependurado num triciclo motorizado emprestado pelo irmão. Como ele mesmo diz: "não dá para perder a chance de pegar a estrada já vestido". É, não dá! E é assim que, pouco a pouco, em meio a curiosidade dos transeuntes, Serginho (como é chamado pelos amigos mais próximos) vai deixando de ser Sérgio para renascer na pele do bom velhinho.
E nem velho ele é. Um quarentão, destes com o pé no mundo, mochila nas costas e um endereço para voltar quando for preciso, ou quando estiver cansado. Resquícios da profissão de guia, que exerce nos outros meses do ano. Em dezembro não. Dezembro é mês voluntário. Mês em que larga tudo, até a si mesmo, para arrecadar e distribuir solidariedade. Vinte e cinco dias se alimentando como pode, dormindo como dá, pingando de casa em casa, feliz com os amigos que tem.
De cá pra lá, de lá pra cá, Serginho todo ano faz tudo sempre igual, e tudo sempre diferente. O caminho até a capital é relativamente tranqüilo, uma hora e pouco de bom asfalto. Tem guarda curioso que manda encostar só pra bater papo, tem gente de bem que faz mutirão e tem gente não tão bem assim que prefere desfilar algumas palavras de baixo calão. É que em toda sociedade tem gente do sim, e tem gente do não.
Têm aqueles que não entendem nada e destilam um veneno do tipo: "se você quer aparecer, pendura uma melancia no pescoço"; e têm aqueles que entendem tudo, emprestam suas casas, seus carros, suas famílias, arrecadam presentes ou os compram quando acham legal. Alguns olham distantes, sorrindo, aplaudindo em silêncio, querendo chegar perto. Outros acham que quanto mais distantes ficarem, melhor. É, tem gente de tudo quanto é tipo, alguns com atitude, outros sem perspectivas.
Serginho, ops, Papai Noel, todo ano faz tudo sempre igual e coleciona histórias sempre diferentes. Uma coincidência aqui, outra acolá, na medida em que vai arrecandando e distribuindo presentes. Quando dá, e quase sempre dá, estabelece uma troca. Uma palavra aqui, outra acolá, e o presente de um vira presente de muitos. Até aqueles que recebem brinquedos novos doam os antigos. Coisas da Solidariedade.
Neste ano eu quero ir com ele. De Mamãe Noel, talvez. É que neste ano eu quero um natal diferente do Natal Brastemp de outrora. Outros cantos, outras ruas, outras gentes; diferente dos meus cantos, das ruas por onde passo, da minha gente classe média de ser.
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* PROJETO NATAL EM CASA
De 1 a 25 de dezembro, todos os anos, com objetivo de incentivar a solidariedade e de estimular o espírito natalino, o Papai Noel leva a reboque uma carretinha e circula pela Grande São Paulo arrecadando doações de brinquedos, roupas, utilitários e alimentos. Estas doações são entregues em instituições, abrigos, ações sociais, ONGs ou são encaminhadas aos moradores de rua. Para doar é só entrar em contato com o Sérgio, ops, com o Papai Noel, que ele irá retirar os presentes no local solicitado. Tudo começou em 2002, quando ele aproveitou um triciclo do irmão para adaptá-lo a um "trenó" moderno. O projeto, que recebeu o nome de "Natal em casa", já atendeu cerca de duas mil crianças. Além do trabalho solidário, ao longo do mês, o Papai Noel também atende a empresas e escolas. Por enquanto, o que fatura, apenas cobre os custos de manutenção, como combustível, hospedagem e alimentação. Está à procura de um patrocinador.
Sérgio
E nem velho ele é. Um quarentão, destes com o pé no mundo, mochila nas costas e um endereço para voltar quando for preciso, ou quando estiver cansado. Resquícios da profissão de guia, que exerce nos outros meses do ano. Em dezembro não. Dezembro é mês voluntário. Mês em que larga tudo, até a si mesmo, para arrecadar e distribuir solidariedade. Vinte e cinco dias se alimentando como pode, dormindo como dá, pingando de casa em casa, feliz com os amigos que tem.
De cá pra lá, de lá pra cá, Serginho todo ano faz tudo sempre igual, e tudo sempre diferente. O caminho até a capital é relativamente tranqüilo, uma hora e pouco de bom asfalto. Tem guarda curioso que manda encostar só pra bater papo, tem gente de bem que faz mutirão e tem gente não tão bem assim que prefere desfilar algumas palavras de baixo calão. É que em toda sociedade tem gente do sim, e tem gente do não.
Têm aqueles que não entendem nada e destilam um veneno do tipo: "se você quer aparecer, pendura uma melancia no pescoço"; e têm aqueles que entendem tudo, emprestam suas casas, seus carros, suas famílias, arrecadam presentes ou os compram quando acham legal. Alguns olham distantes, sorrindo, aplaudindo em silêncio, querendo chegar perto. Outros acham que quanto mais distantes ficarem, melhor. É, tem gente de tudo quanto é tipo, alguns com atitude, outros sem perspectivas.
Serginho, ops, Papai Noel, todo ano faz tudo sempre igual e coleciona histórias sempre diferentes. Uma coincidência aqui, outra acolá, na medida em que vai arrecandando e distribuindo presentes. Quando dá, e quase sempre dá, estabelece uma troca. Uma palavra aqui, outra acolá, e o presente de um vira presente de muitos. Até aqueles que recebem brinquedos novos doam os antigos. Coisas da Solidariedade.
Neste ano eu quero ir com ele. De Mamãe Noel, talvez. É que neste ano eu quero um natal diferente do Natal Brastemp de outrora. Outros cantos, outras ruas, outras gentes; diferente dos meus cantos, das ruas por onde passo, da minha gente classe média de ser.
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* PROJETO NATAL EM CASA
De 1 a 25 de dezembro, todos os anos, com objetivo de incentivar a solidariedade e de estimular o espírito natalino, o Papai Noel leva a reboque uma carretinha e circula pela Grande São Paulo arrecadando doações de brinquedos, roupas, utilitários e alimentos. Estas doações são entregues em instituições, abrigos, ações sociais, ONGs ou são encaminhadas aos moradores de rua. Para doar é só entrar em contato com o Sérgio, ops, com o Papai Noel, que ele irá retirar os presentes no local solicitado. Tudo começou em 2002, quando ele aproveitou um triciclo do irmão para adaptá-lo a um "trenó" moderno. O projeto, que recebeu o nome de "Natal em casa", já atendeu cerca de duas mil crianças. Além do trabalho solidário, ao longo do mês, o Papai Noel também atende a empresas e escolas. Por enquanto, o que fatura, apenas cobre os custos de manutenção, como combustível, hospedagem e alimentação. Está à procura de um patrocinador.
Sérgio
Fone: (11) 9346-6959
Orkut: Papai Noel Viajante
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