Imperdível! Eis um pobre adjetivo para tentar definir o evento ocorrido em 1º de junho na Rua Minas Gerais, iniciativa da Associação dos Moradores de Higienópolis.
Diga-se que São Pedro, normalmente aliado, desta feita não colaborou: frio de lascar, garoa ininterrupta, sugerindo recolhimento. Contudo, era recomendação de comadre Iara e os costumes e tradições das terras abrangentes dos sertões mineiros e paulistas apontam que quando Iara sugere algo, é Lei: garimpeira em tempo integral de tesouros culturais, quem for vivo, que entre na dança sem medo de ser feliz!
Então, não houve frio nem tempestades, nem raios, nem trovoadas que abalassem a firme disposição de seguir o caminho das pedras, pois, era véro que ao pé do arco-iris estava o pote de ouro. Meu cavalo, o Murzelo Alazão, bem que tentou se esconder, mas ao ver a Musa verdadeira vestida de gala para evento tão chique, trincou os cascos, bufou e espirrou, mas saltou lépido e faceiro disposto a mais uma vez apagar a imagem de pangaré cobarde que injustamente o persegue...
Por conta de algumas batalhas e diversos outros imprevistos desta vida de cavaleiro andante, não pudemos estar lá na íntegra, só chegando já do meio pro fim. Mas, ainda em tempo de apreciar a boa cachaça, queijos, doces, poesia e música, muita e boa música! Para todos os gostos, diga-se: a tradicional moda de viola, de raiz, perene de todos os rincões até o pop rock: a linguagem musical/artística aproxima o rural e urbano, tribos amigas. E andando por aqui e ali, entre uma dose e outra de cachaça, a boa prosa musicada da nação mineira; os simpáticos cavalheiros e as belas damas; a juventude, os artesanatos, tudo formando uma deliciosa sinfonia de cores, sabores, sons. A presença árabe sírio-libanesa, quiçá aqui/ali o olhar arguto de um judeu: afinal, estamos na Esquina de Minas, em Sampa, a Esquina do Mundo.
Conversa vai, conversa vem e depois da belíssima apresentação da Orquestra de Violeiros de Poços de Caldas, eis que sobe ao palco, como que saído de um conto das mil e uma noites, o homem de bastos bigodes, sorriso e prosa fácil, carregando um bornal mágico. Penso em um número de mágica, mas ao abrir o bornal, em vez de coelhos, cartolas ou miçangas ou ferramentas ou ainda cortes de chita, o que dali sai é ouro, muito ouro, pérolas do nosso cancioneiro tradicional, que ele executa de modo magistral! E o homem que se disfarçava de mágico ou mesmo de “mascate”, na verdade era um Sultão ou um nobre portador de diversos outros títulos nobiliárquicos: generosamente brindava os presentes com o melhor de nossa riqueza! No palco estava Alexandre Saad e Banda, violeiro, poeta, cantor soberbo há tempos recomendado por comadre Iara Fernandes. Alexandre é daqueles cantores cuja voz se derrama fácil, na linha de Zé Paulo Medeiros, Eliezer Teixeira, Antonio Pereira, etc. A gente não consegue imagina-lo fazendo outra coisa a não ser tocar e cantar, mas, eis que os caboclo nas horas vagas de dedica ao ofício de cirurgião... Conferir assim de perto, vimos que era muito mais que a humildade uberabense ousava afirmar...
A parceria São Paulo/Minas é histórica. Todos sabem que a política café com leite causou uma ciumeira tal no resto da nação que deu até guerra, e das brabas! Somos tão irmanados que na região da Serra da Mantiqueira a gente se confunde, pois a fronteira é cheia de curvas e quase nunca sabemos em que lugar estamos, se São Paulo ou Minas... Desejamos que a iniciativa da Associação dos Moradores de Higienópolis prossiga. E que Sampa, Esquina do Mundo, seja palco de gaúchos (que venham os missioneiros!), nortistas (Grupo Quaderna, Pereira de Manaus?), nordestinos (mangue-beat, frevo, Banda de Pífanos?), centro-oeste (folia de reis?), todos. Que venham!
Diga-se que São Pedro, normalmente aliado, desta feita não colaborou: frio de lascar, garoa ininterrupta, sugerindo recolhimento. Contudo, era recomendação de comadre Iara e os costumes e tradições das terras abrangentes dos sertões mineiros e paulistas apontam que quando Iara sugere algo, é Lei: garimpeira em tempo integral de tesouros culturais, quem for vivo, que entre na dança sem medo de ser feliz!
Então, não houve frio nem tempestades, nem raios, nem trovoadas que abalassem a firme disposição de seguir o caminho das pedras, pois, era véro que ao pé do arco-iris estava o pote de ouro. Meu cavalo, o Murzelo Alazão, bem que tentou se esconder, mas ao ver a Musa verdadeira vestida de gala para evento tão chique, trincou os cascos, bufou e espirrou, mas saltou lépido e faceiro disposto a mais uma vez apagar a imagem de pangaré cobarde que injustamente o persegue...
Por conta de algumas batalhas e diversos outros imprevistos desta vida de cavaleiro andante, não pudemos estar lá na íntegra, só chegando já do meio pro fim. Mas, ainda em tempo de apreciar a boa cachaça, queijos, doces, poesia e música, muita e boa música! Para todos os gostos, diga-se: a tradicional moda de viola, de raiz, perene de todos os rincões até o pop rock: a linguagem musical/artística aproxima o rural e urbano, tribos amigas. E andando por aqui e ali, entre uma dose e outra de cachaça, a boa prosa musicada da nação mineira; os simpáticos cavalheiros e as belas damas; a juventude, os artesanatos, tudo formando uma deliciosa sinfonia de cores, sabores, sons. A presença árabe sírio-libanesa, quiçá aqui/ali o olhar arguto de um judeu: afinal, estamos na Esquina de Minas, em Sampa, a Esquina do Mundo.
Conversa vai, conversa vem e depois da belíssima apresentação da Orquestra de Violeiros de Poços de Caldas, eis que sobe ao palco, como que saído de um conto das mil e uma noites, o homem de bastos bigodes, sorriso e prosa fácil, carregando um bornal mágico. Penso em um número de mágica, mas ao abrir o bornal, em vez de coelhos, cartolas ou miçangas ou ferramentas ou ainda cortes de chita, o que dali sai é ouro, muito ouro, pérolas do nosso cancioneiro tradicional, que ele executa de modo magistral! E o homem que se disfarçava de mágico ou mesmo de “mascate”, na verdade era um Sultão ou um nobre portador de diversos outros títulos nobiliárquicos: generosamente brindava os presentes com o melhor de nossa riqueza! No palco estava Alexandre Saad e Banda, violeiro, poeta, cantor soberbo há tempos recomendado por comadre Iara Fernandes. Alexandre é daqueles cantores cuja voz se derrama fácil, na linha de Zé Paulo Medeiros, Eliezer Teixeira, Antonio Pereira, etc. A gente não consegue imagina-lo fazendo outra coisa a não ser tocar e cantar, mas, eis que os caboclo nas horas vagas de dedica ao ofício de cirurgião... Conferir assim de perto, vimos que era muito mais que a humildade uberabense ousava afirmar...
A parceria São Paulo/Minas é histórica. Todos sabem que a política café com leite causou uma ciumeira tal no resto da nação que deu até guerra, e das brabas! Somos tão irmanados que na região da Serra da Mantiqueira a gente se confunde, pois a fronteira é cheia de curvas e quase nunca sabemos em que lugar estamos, se São Paulo ou Minas... Desejamos que a iniciativa da Associação dos Moradores de Higienópolis prossiga. E que Sampa, Esquina do Mundo, seja palco de gaúchos (que venham os missioneiros!), nortistas (Grupo Quaderna, Pereira de Manaus?), nordestinos (mangue-beat, frevo, Banda de Pífanos?), centro-oeste (folia de reis?), todos. Que venham!