2009 – O Ano Nacional de Euclides da Cunha


Isso mesmo, 2009 será o ano do sertão! É que a Academia Brasileira de Letras (ABL) vai homenagear o escritor tupiniquim Euclides da Cunha, de Os Sertões. Vão haver palestras, debates e reedições entre outras homenagens. As lembranças não vão ficar só aos encargos dos letrados não. O projeto, do deputado federal Marcelo Almeida, determina que a coordenação das atividades relacionadas às comemorações pertença ao Ministério da Cultura e autoriza, inclusive, que os Correios emitam um selo comemorativo em homenagem ao centenário de morte do escritor (1866-1909).

A direção da Academia promete realizar a maior exposição em torno da obra monumental do escritor, que deverá chamar “Euclides Vive!”, além de ciclos de palestras, visitas guiadas, entre outros. E o Ser-Tão Paulistano vai estar por dentro. Se você ainda não leu o clássico Os Sertões, aproveite o ano!

Euclides da Cunha

Nascido em 1866, na então província do Rio de Janeiro, Euclides da Cunha cursou a Escola Politécnica e tornou-se engenheiro militar. Mas sua vocação sempre foi a escrita. Engenheiro, jornalista, escritor e professor, Euclides da Cunha pertenceu ao Instituto Histórico e Geográfico e à Academia Brasileira de Letras, para a qual foi eleito em 1903. Além do clássico "Os Sertões", publicou também "Contrastes e Confrontos", "Peru versus Bolívia" e "À Margem da História", editado após sua morte.

Os Sertões

Em 1897, viajou para Canudos, no sertão da Bahia, como correspondente do jornal "O Estado de S. Paulo". Foi designado como correspondente do jornal para cobrir a Guerra de Canudos, quando o Exército Brasileiro enfrentou e derrotou a resistência popular liderada por Antônio Conselheiro. As reportagens que escreveu para o jornal paulista transformaram-se no livro "Os Sertões", ícone da literatura brasileira.

A Morte

Listado entre os mais importantes escritores da literatura brasileira, Euclides da Cunha morreu em 15 de agosto de 1909, aos 43 anos de idade, assassinado pelo militar Dilermando de Assis, amante de sua mulher Ana.

Euclides chegou armado à casa do militar disposto a matar ou morrer em nome da honra, uma vez que sua mulher, Ana de Assis, abandonara-o pelo tenente. Campeão de tiro, Assis, no entanto, alvejou-o primeiro. Oito anos após matar Euclides, Dilermando de Assis também assassinou o jovem Quidinho - Euclides da Cunha Filho -, que tentava vingar a morte do pai.

Outras Informações

Em 1973, Edições Bloch publicou um livro chamado “Reportagens que abalaram o Brasil”. A reportagem que abre o volume é “Euclides da Cunha Não Foi Assassinado”, feita por Francisco de Assis Barbosa. E você pode saber mais no blog Livros e Afins de Alessandro Martins. É fácil, clique aqui!

Anabelle Loivos convida a conhecerem o projeto "100 Anos Sem Euclides", uma parceria da UFRJ e da UERJ, além da Casa de Euclides da Cunha (Cantagalo-RJ, terra natal do escritor). Disponibiliza o vídeo institucional do projeto no Youtube e o boletim informativo.

Lugares Virtuais imperdíveis:

Academia Brasileira de Letras – Site de Homenagem a Euclides da Cunha:
http://www.euclidesdacunha.org.br

Casa de Cultura Euclides da Cunha
http://www.casaeuclidiana.org.br

Euclides da Cunha na Wikipédia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Euclides_da_Cunha

Resumo do livro “Os Sertões”

Este livro é dividido em três partes: A Terra, O Homem e A Luta. A Terra é uma descrição detalhada feita pelo cientista Euclides da Cunha, mostrando todas as características do lugar, o clima, as secas, a terra, enfim. O Homem é uma descrição feita pelo sociólogo e antropólogo Euclides da Cunha, que mostra o habitante do lugar, sua relação com o meio, sua gênese etnológica, seu comportamento, crença e costume; mas depois se fixa na figura de Antônio Conselheiro, o líder de Canudos. Apresenta se caráter, seu passado e relatos de como era a vida e os costumes de Canudos, como relatados por visitantes e habitantes capturados. Estas duas partes são essencialmente descritivas, pois na verdade "armam o palco" e "introduzem os personagens" para a verdadeira história, a Guerra de Canudos, relatada na terceira parte, A Luta. A Luta é uma descrição feita pelo jornalista e ser humano Euclides da Cunha, relatando as quatro expedições a Canudos, criando o retrato real só possível pela testemunha ocular da fome, da peste, da miséria, da violência e da insanidade da guerra. Retratando minuciosamente movimento de tropas, o autor constantemente se prende à individualidade das ações e mostra casos isolados marcantes que demonstram bem o absurdo de um massacre que começou por um motivo tolo - Antônio Conselheiro reclamando um estoque de madeira não entregue - escalou para um conflito onde havia paranóia nacional pois suspeitava-se que os "monarquistas" de Canudos, liderados pelo "famigerado e bárbaro Bom Jesus Conselheiro" tinham apoio externo. No final, foi apenas um massacre violento onde estavam todos errados e o lado mais fraco resistiu até o fim com seus derradeiros defensores - um velho, dois adultos e uma criança.
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