Leio no jornal que o centrão da Cidade do México, também o Centro Histórico deles, está ficando mais triste com o fechamento de seus bares tradicionais, que eles chamam de cantinas. Casas seculares outrora frequentadas por personagens conhecidos e importantes da vida mexicana e mesmo de outros paises, como a El Nivel fechada em dois mil e oito e a preferida de Che Guevara. Definitivamente fechadas também La Parroquia, El Cabaret Bombay e La Valenciana. Preocupadas com a extinção da tradição histórica que são as cantinas e os botequeiros mexicanos as autoridades oficiais estão organizando passeios turisticos entre as cantinas que ainda resistem. Uma delas é a La Opera que tem um buraco no teto que dizem ser de um tiro disparado pelo revolucionário Pancho Villa, um dos generais da Revolução Mexicana de mil novecentos e dez. A frequência maior de turistas estrangeiros é a esperança de revalorização.
Do lado de cá, “do lado debaixo do equador” não existe pecado mas também não existe a cultura da preservação das boas tradições. Grandes botecos, grandes bares embora muitos fisicamente pequenos mas gigantes em sua época já se foram, não existirão nunca mais. Em alguns bairros - Bexiga, Braz, Mooca, Tatuapé – encontramos alguns estabelecimentos ainda do século passado que mantem o atendimento e as instalações. É verdade que no Centrão administrações públicas mostram projetos de investimento e revitalização, com financiamento inclusive dos programas de preservação de patrimonio histórico da ONU. Universidades abriram novas unidades, órgãos públicos se transferiram para lá, um bar famoso da Vila Madalena marca presença com uma filial em um prédio histórico da Praça Antonio Prado. Os sexagenários Bar do Leo, Bar Barão e Bar dos Amigos do Museu continuam em forma. A força e a pressão maior vem das pessoas fisicas, empresas e organizações de defesa do patrimonio. A Fundação Joca Ramiro, um exemplo de dedicação e carinho para com a nossa cultura, está desenvolvendo um projeto especifico de cadastramento dos bares e restaurantes e, quiça, também um etilico roteiro.
E, prá não dizer que não falamos de flores, o bom caipira mata a cobra, mostra o pau e não perde a oportunidade: merece uma visita até o bairro do Tatuapé para conhecer o famoso Joinha, também conhecido por Wilson Leonel. Mais de quarenta anos no mesmo lugar, sempre atendeu sózinho sem ajudantes. Hoje tem a ajuda do irmão em alguns dias mas a sua tradição foi sempre de “bater escanteio e correr prá cabecear”.
Faz uma das melhores tábuas de frio dos botecos paulistanos, um dos melhores pasteis, (ou seria “um dos melhores pastél”?) tem mais de quinhentas marcas de cachaça. Já virou marca registrada os fregueses cobrarem o Joinha por "demora" no atendimento e até mesmo uma desavençazinha. Certa noite um freguês disse que não voltaria ao bar nunca mais, tendo apoio na hora do Joinha. Uma semana depois volta, Joinha pergunta porque voltou e o fregues responde - " descobri que por ai tem bares piores que o seu". A paz volta a reinar. Brincadeiras à parte o bar é muito agradávél e, principalmente quando o Joinha tem um tempinho e conta histórias dos mais de quarenta anos do bairro e de seus fregueses, ou melhor, amigos. São muitas historias, muitas. Prá que pressa em ouvir todas em uma única noite?.
Do lado de cá, “do lado debaixo do equador” não existe pecado mas também não existe a cultura da preservação das boas tradições. Grandes botecos, grandes bares embora muitos fisicamente pequenos mas gigantes em sua época já se foram, não existirão nunca mais. Em alguns bairros - Bexiga, Braz, Mooca, Tatuapé – encontramos alguns estabelecimentos ainda do século passado que mantem o atendimento e as instalações. É verdade que no Centrão administrações públicas mostram projetos de investimento e revitalização, com financiamento inclusive dos programas de preservação de patrimonio histórico da ONU. Universidades abriram novas unidades, órgãos públicos se transferiram para lá, um bar famoso da Vila Madalena marca presença com uma filial em um prédio histórico da Praça Antonio Prado. Os sexagenários Bar do Leo, Bar Barão e Bar dos Amigos do Museu continuam em forma. A força e a pressão maior vem das pessoas fisicas, empresas e organizações de defesa do patrimonio. A Fundação Joca Ramiro, um exemplo de dedicação e carinho para com a nossa cultura, está desenvolvendo um projeto especifico de cadastramento dos bares e restaurantes e, quiça, também um etilico roteiro.
E, prá não dizer que não falamos de flores, o bom caipira mata a cobra, mostra o pau e não perde a oportunidade: merece uma visita até o bairro do Tatuapé para conhecer o famoso Joinha, também conhecido por Wilson Leonel. Mais de quarenta anos no mesmo lugar, sempre atendeu sózinho sem ajudantes. Hoje tem a ajuda do irmão em alguns dias mas a sua tradição foi sempre de “bater escanteio e correr prá cabecear”.
Faz uma das melhores tábuas de frio dos botecos paulistanos, um dos melhores pasteis, (ou seria “um dos melhores pastél”?) tem mais de quinhentas marcas de cachaça. Já virou marca registrada os fregueses cobrarem o Joinha por "demora" no atendimento e até mesmo uma desavençazinha. Certa noite um freguês disse que não voltaria ao bar nunca mais, tendo apoio na hora do Joinha. Uma semana depois volta, Joinha pergunta porque voltou e o fregues responde - " descobri que por ai tem bares piores que o seu". A paz volta a reinar. Brincadeiras à parte o bar é muito agradávél e, principalmente quando o Joinha tem um tempinho e conta histórias dos mais de quarenta anos do bairro e de seus fregueses, ou melhor, amigos. São muitas historias, muitas. Prá que pressa em ouvir todas em uma única noite?.