A minha vida mudou depois que fui pra São Luis do Paraitinga brincar o carnaval ao lado do Juca Teles. Não lembro o ano, talvez 2002 ou 2003. Lá eu conheci um senhor que me repetia constantemente que em São Paulo tem um lugarzinho que toca uma música que você vai adorar, fica no Ipiranga, o Café Fubá.
Passou mais de ano e meio para eu descobrir o endereço, por acaso, pela internet, numa busca de um lugar para comemorar meus 29 anos. Liguei, o Oswaldinho atendeu, reservou minha mesa, a Marisa acendeu uma vela num bolo de fubá e cantamos parabéns. Voltei na semana seguinte, e na outra, e na outra, sempre bem assessorada pelo Zé Maria. E eu dizia, com meus botões: bendita esta São Luis do Paraitinga. Terminei um relacionamento de anos, resolvi mudar algumas coisas na minha vida e coisa e tal, toda sexta-feira eu estava lá no Café Fubá, fazendo novos amigos, apoiando meu coração, vivendo momentos inesquecíveis e muito saudosos.
Hoje estou por outras bandas, que a vida insiste levar a gente para outros lugares. E neste meio do caminho, voltamos para lá, eu, o Zé Maria com a Adriana, o Giba e a Luciana para uma das Festas do Divino. Também fui para o Festival de Marchinhas com a Bê Galvão, que conheci em São Francisco Xavier e descobrimos uma São Luis do Paraitinga nos nossos corações. E como o Vale do Paraíba tem mesmo muitas riquezas, arrumei um namorado de uma cidade próxima e, poucos meses atrás, curtimos o Festival da Canção sentados na escadaria da Igreja da Matriz, que agora já não existe. Nostalgia. Bendita esta São Luis do Paraitinga, de muitas histórias e, agora, com esta tristeza. Nós, do Ser-Tão Paulistano estamos de luto.
Marisa e Oswaldinho Viana choram as lembranças de Elpídio dos Santos. O Zé Maria, lá de Paraguaçu relembra as cavalhadas. O Giba não esquece da cachaça tomada no centro histórico. E eu sempre vou me lembrar do quanto uma cidade pode mudar uma vida. Esperamos que, em breve, São Luis do Paraitinga seja reerguida, como foi a cidade de Goiás Velha, de Cora Coralina.