De sempre em sempre a gente ouve alguém dizer que o brasileiro não tem
memória ou que é a memória é curta. Ao brasileiro não são oferecidas
condições necessárias para uma boa escola desde as primeiras letras.
Números recentes mostram que continuamos entre os piores do mundo nos
mais diversos estudos do desenvolvimentos dos nossos alunos, desde o
primário até a universidade. Se não é oferecido o estudo, não há cultura, não aprendemos no presente e esquecemos rapidamente o passado.
O que
ainda tem salvação é o esforço de entidades, a maioria dirigida por
pessoas com extrema vontade de mudar a falta de interesse na nossa
história. O Centro Cultural Banco do Brasil, aqui em São Paulo, está
mostrando a extraordinariamente e bem montada exposição "Resistir é
preciso..." com um material dos melhores sobre os anos de chumbo que
vivemos fazem poucos anos. Começa no ano do golpe militar de 1964 e vai
até o ano de 1985. Painéis com fotos, notícias e informações ano a ano
dos principais acontecimentos no Brasil e no mundo.
Trechos do texto
assinado por Ivo Herzog, do Instituto Vladimir Herzog, responsável pelo
material da exposição: "A exposição Resistir é Preciso é uma importante
iniciativa para o resgate da história brasileira ...e tem como objetivo
contar a história da resistência à ditadura que se implantou no Brasil
em 1964. Durante a luta, milhares de pessoas foram presas e torturadas,
centenas foram mortas e muitas delas até hoje continuam desaparecidas.
Resistir é Preciso reuniu um expressivo conjunto de obras de arte que
mostra a militância dos artistas clamando por democracia. Nesses anos,
nasceu, também uma imprensa de resistência que se expandiu no país, na
clandestinidade e no exilio. Resistir é Preciso permitirá aos jovens
conhecer melhor as lutas pela reconstrução democrática através da linha
do tempo".
São trez andares de exposição e ainda o subsolo onde está
localizado o cofre da antiga agência bancária do Banco do Brasil. É uma,
além de histórica oportunidade de conhecer a história recente do nosso
país, de muita emocão para quem, como eu, presenciou, esteve
presente em muitos dos acontecimentos, dos atos de rua ali mostrados Na
sala do antigo cofre é exibido um filme com os nomes dos mortos pela
ditadura, os nomes vão "passando" na tela e caem um sobre os outros.
Emocionante.
O prédio do Centro Cultural está localizado no centro
histórico de São Paulo e foi construido no ano de 1901.
Programa Metrópolis da TV Cultura sobre a exposição