Será neste sábado, num significativo 13 de maio, Kátya
Teixeira estará no Sesc Belenzinho, lançando seu mais recente trabalho, As
Flores do Meu Terreiro.
A incansável Kátya, oficialmente paulistana, mas que pode
ser chamada mineira, alagoana – terra de seus pais – ou gaúcha, dado que faz
constantes incursões aos pampas, encantando aquela gente com a força de seu
canto e a simpatia irradiante, reflexo de sua alma iluminada, tornando verdade
a frase do amigo Zé Maria, que faz parte de seu staff, segundo o qual “...ela não é só um rostinho bonito!”. Pura verdade.
Sua identificação com paulistas, mineiros, gaúchos e mesmo portugueses e
argentinos, por toda parte onde anda, é pautada pela sinergia que flui do que há
de mais genuíno no ser humano: a cultura popular, em toda a sua pureza, por mais
que a influência mercadológica sufoque com seu alto volume e superficialidades,
o sentimento puro do povo. Recordações
de uma frase lapidar que ouvi certa vez do Naná Vasconcelos ao comentar sobre a
lambada, um ritmo em voga em plenos anos 1980: “Só sobrevive se tiver raízes!”
As Flores do Meu Terreiro é um trabalho ímpar em sua trajetória.
Poderia dizer ser o disco dos afetos, das amizades, onde densidades alternam levezas.
Depois de seu cartão de visitas “Katchere”, do mergulho radical “Lira do Povo”,
da homenagem aos inúmeros parceiros,
representados aqui por Chico Branco,
Giordano Mochel, Jean Garfunkel e Luiz Perequê em “Feito Corda e Cantiga”, da
viagem intramar com o mineiro Luiz Salgado em “Entre Dois Mares”, da comemoração de 20 anos de carreira com "Cantariar", vem à luz
essa cria iluminada, “As Flores do Meu Terreiro”, permeado de tanta delicadeza
e ao mesmo tempo uma força estranha, que sua audição é como se fosse um sarau
na sala ou na varanda de casa, com toda a familiaridade de sons extras na roça.
Ah, e não é possivel deixar de mencionar sua atuação no
projeto Dandô –o Circulo de Música Dércio Marques, onde a menina retoma o
trabalho de mestre Dércio Marques, eterno andarilho da música. Importante
ressaltar que o Dandô é nada mais nada menos que um novo mapeamento musical do
Brasil.
É comum ouvir dizer que a musica brasileira parou no Clube
da Esquina ou nos anos 80. Há quem diga que o ciclo de qualidade tenha se
fechado com a Bossa Nova ou a Tropicália ou mesmo no passado longinquo do
começo dos anos 1950. Ledo engano: a música brasileira sempre esteve viva e
pujante. Quem duvidar que acompanhe o Projeto Dandô e suas inúmeras”revelações”
ao público: Paulinho Matricó, Nádia Campos, Sol Bueno, Giancarlo Borba, tantos
e tantos outros, além de artistas mais
conhecidos e consagrados como Valdir Verona, Julio Santin, Levi Ramiro, entre
outros.
Vamos todos ao Sesc Belencinho, sábado, 13 de maio, 21:00
horas. Garanto, asseguro e dou fé de que será inesquecível, uma verdadeira
experiência musical, a afirmação de um Brasil riquíssimo, bem diferente do que
aparece nos cadernos de política dos jornais.
Vamos curtir e lavar a alma com a arte honesta,vibrante e
alegre de Kátya Teixeira, a Musa da musica brasileira!