Em novo show
online, nos dias 13, 14 e 15 de Maio, às 21 horas (youtube e facebook,
endereços no fim da postagem), a cantora enfatiza o papel essencial da arte em
momentos caóticos da humanidade
Que segredo,
que mistério se oculta no canto de origem popular? O que leva o canto rústico,
exercido por vozes rústicas, mãos rústicas em instrumentos rústicos, resultar na
beleza singular quando rearranjadas e/ou adaptadas por músicos profissionais, que
– à maneira dos ourives – garimpam verdadeiras pérolas? Não se trata de
recriação pura e simples; para tanto bastaria o domínio da técnica e a fria
execução de modo convincente; bastaria a elaboração de um método, de uma
fórmula, tão ao gosto à maleabilidade do modismo da vez.
A
obra de arte em seu estado bruto contida no canto popular está onde sempre
esteve e sempre vai estar; desvendar seus segredos requer ouvidos atentos, alma
aberta, espírito puro. Somente despido de interesses difusos, é possível conhecer
seus encantos. Como explicar que uma dança camponesa do século XVII resista até
os tempos atuais fazendo parte dos repertórios eruditos e folclóricos/populares?
Falamos de Gaspar Sanz e “Canários”, mas poderia ser de Atahualpa Yupanqui e sua
viagem que nos conduz a Cruz Del Sur e a danza
malambo. Poderia ser Villa-Lobos, que se fartou do nosso rico folclore. Ou
poderia ser Stravinsky, Béla Bartók e até Beethoven, que introduziu em sua mais
complexa sinfonia, a Nona, uma cançoneta
infantil da época? Quem mais se aproxima da pureza original da composição, pressente
e resgata o espírito da época ou do lugar.
Kátya
Teixeira é das pessoas que melhor compreendem o universo da música popular e
que traduz musicalmente sua beleza e força. Acompanhando seu trabalho há mais
de 15 anos, podemos afirmar a origem dessa força: identidade. Kátya se identifica profundamente com os elementos dos
quais se aproxima – musicais, sociais, espirituais. Provoca encontros que podem
ser festivos, líricos ou dramáticos, sendo ao mesmo tempo a pesquisadora, intérprete,
compositora, mas também o elemento de ligação entre as partes.
Ela
nasceu e cresceu num meio onde a música era meio de expressão e sentir; não
obstante estar exposta às várias formas musicais do rádio, da televisão e do
meio onde cresceu. Porém, Kátya teve oportunidade de conhecer os sons
primordiais – congadas, aboios, jongos, sambas de roda, samba rural, batuques
diversos - por meio do trabalho do pai
Chico Teixeira, dos tios Eliezer e Vidal França, de João Bá, Dércio Marques e
outros. Antes mesmo de se conhecer como gente, já havia experimentado e
vivenciado os cantos e danças tradicionais e essa experiência a marcou de tal
modo que nada conseguiria abalar o que para ela eram mais que experiências musicais,
estilo ou identidade artística, mas símbolo
de verdade: sua arte é pura, íntegra.
Ao
se apresentar, mergulha em outros tempos e mundos e nos revela a trajetória do
nosso povo desde as mais remotas origens. Da mesma forma que faz o catalão Jordi
Savall ao recriar o mundo da viola da gamba; Zeca Afonso, que na remota Faro
vislumbrou imagens d’Os Indio da Meia
Praia; Joan Baez ou a mexicana Amparo Ochoa que revelam o lirismo do canto
atormentado dos trabalhadores explorados e demais vencidos da história,
tornados invisíveis, esquecidos.
Não
obstante certas tentativas de excluí-los, os índios, negros, latinos, curdos,
palestinos estão nesse mundo, são corpos e vozes presentes. Ao efetuar o
resgate de seus valores, descobrimos que são os nossos próprios valores que
reconfiguramos, readquirindo um lugar no mundo. Conforme disse outro dia Ailton
Krenak: “não se preocupem com os índios,
eles são sobreviventes há 500 anos!” (Precisa dizer mais?)
Nossos
artistas, como diria o inesquecível Zé Gomes, tem o dom da prestidigitação, de
trazer de volta a magia da arte
intrinsecamente ligada à vida dos povos.
Conforme
escrever Mercedes Cumaru no texto de divulgação do projeto: “Kátya nos convida a fortalezar a esperança por
dias melhores para todos.”
O texto prossegue:
Em seu novo espetáculo “Canções para
Despertar”, a cantora e compositora paulistana sugere a necessidade de um olhar
mais atento para as pequenas coisas que nos fazem despertar a consciência, o
coração e os sentimentos.
“É um jeito de tratar nossa sanidade nesse
momento, aliviando as penas e olhando além do cinzento que se apresenta nesse período
de tantas fragilidades humanas”, detalha Kátya Teixeira.
A concepção do show - desde a escolha das
músicas, passando pelo projeto cenográfico e participações especiais - foi
focada essencialmente em oferecer ao público um apoio para a alma durante a
dura jornada atual.
“A arte, sempre ela, aparece aqui mais uma vez
com seus mecanismos mágicos que nos tomam pelas mãos e dão suporte para
continuar o caminhar”, reforça a artista.
“Canções para despertar” foi estruturado com
recursos da lei Aldir Blanc e é apresentado pelo Ministério do Turismo, pela Secretaria Especial da Cultura e pelo
Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia
Criativa.
Em parceria com André Venegas (ator e músico integrante do grupo Barbatuques),
Kátya Teixeira assina a direção artística e musical do show.
Com seus acordes precisos, o violeiro Ricardo
Vignini é um dos convidados do show. Outra presença
marcante que abrilhanta o espetáculo é a percussionista Cássia Maria. Sérgio
Tannus também faz participação especial.
O repertório de “Canções para Despertar” traz as
inéditas “Poema para uma árvore-sol” (Kátya Teixeira e Consuelo de Paula), “A
vida em si” (Kátya Teixeira e Sérgio Tannus) e“Laços” (Kátya Teixeira e Lígia
Araújo).
Algumas músicas da discografia geral de Kátya Teixeira
também serão apresentadas como “Kararaô” e “Tempo de esperança” (Kátya Teixeira
e Gildes Bezerra) e ainda a canção “Janela do Tempo”(Luis Perequê), entre
outras.
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Mais sobre Kátya
Teixeira: https://linktr.ee/katyateixeira
Cantora, multi-instrumentista, compositora,
pesquisadora da cultura popular. Com sólida carreira no Brasil em 26 anos de
trajetória músical, a artista também tem destaque no cenário internacional com
turnês pela Europa e América Latina. Sua discografia é composta por 6 cd’s, 3
singles e inúmeras participações em álbuns e shows de outros artistas
consagrados da Música Popular Brasileira. Três de seus discos foram indicados
ao “Prêmio da Música Brasileira”, finalista no “Prêmio Profissionais da Música
– 2017”, na categoria “Artista – Raiz” e “Troféu Catavento de Solano Ribeiro –
Rádio Cultura”, em 2012 e 2016. Assina vários projetos culturais dentre os
quais se destaca o “Dandô – Circuito de Música Dércio Marques”.
https://www.barbatuques.com.br/andre-venegas
Diretor artístico, ator, músico integrante do
premiado grupo Barbatuques com mais de 25 anos de estrada. Participou da
criação dos espetáculos “Tum Pá”, “Barbatuquices” e “Ayú”, no qual também foi
responsável pela coordenação geral junto com André Hosoi e Luciana Horta. Fez a
direção artística dos shows de lançamento dos cd’s “Feito de Corda e Cantiga”,
“Cantariar” e “As Flores do Meu Terreiro”, de Kátya Teixeira.
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Saiba mais
sobre Ricardo Vignini
É um dos violeiros mais atuantes do Brasil,
produtor e pesquisador de cultura popular do sudeste. Integra a banda Matuto
Moderno e o Duo Moda de Rock. Participou dos principais eventos sobre a viola
no país.
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Saiba mais
sobre Cássia Maria
Percussionista, educadora, compositora e
cantora, formada em Educação Artística e Musicoterapia, pós-graduada em
Educação Músical e Filosofia das religiões.
Serviço
Kátya
Teixeira no show “Canções para Despertar”
Temporada: 13
(estréia), 14 e 15 de maio de 2021 – às 21horas
Apresentações
com transmissão simultânea nos canais oficiais da artista:
Youtube: http://youtube.com/katyateixeirabr
Facebookhttp://facebook.com/katyateixeirabr
Ingresso:
grátis